A Copa do Brasil de Futebol Feminino foi muito mais do que apenas uma competição organizada entre clubes do Brasil. Ela representou um marco fundamental no desenvolvimento do futebol feminino nacional, especialmente em uma época em que a modalidade ainda enfrentava forte resistência estrutural, social e institucional. Criada pela CBF em 2007 como resposta a pressões da FIFA e da Conmebol para fortalecer a categoria, a competição se tornou rapidamente a principal vitrine para jogadoras, comissões técnicas e clubes de todo o país.
Durante seus dez anos de existência, até sua extinção em 2016, a Copa do Brasil de Futebol Feminino ofereceu oportunidades únicas para equipes de pequeno, médio e grande porte se enfrentarem em um formato democrático. Foi também uma das raras competições em que clubes de regiões menos favorecidas economicamente, como Norte e Nordeste, podiam competir em igualdade de condições com times mais estruturados do Sudeste e Sul. Além disso, o torneio permitiu que centenas de jogadoras mostrassem seu talento ao Brasil inteiro, mesmo com pouquíssimos recursos, salários simbólicos ou nenhuma cobertura da mídia tradicional.
No entanto, apesar de sua importância, a Copa do Brasil de Futebol Feminino ainda é pouco conhecida por grande parte do público brasileiro, até mesmo entre os fãs de futebol feminino. Muitos de seus capítulos mais curiosos e marcantes seguem esquecidos: goleadas históricas, campanhas heroicas de clubes amadores, artilheiras desconhecidas que brilharam sem receber reconhecimento, e a ausência de gigantes do futebol nacional que demoraram a investir na modalidade.
Este artigo traz à tona 9 fatos surpreendentes sobre essa competição que mudou a paisagem do futebol feminino brasileiro. Prepare-se para conhecer histórias de superação, descaso, brilho e resistência que tornaram a Copa do Brasil de Futebol Feminino um torneio inesquecível para quem a viveu, e uma referência obrigatória para quem quer entender como chegamos até o cenário atual.
1. A Criação da Copa Foi Uma Resposta à Pressão Internacional
O impacto da FIFA na decisão da CBF

Antes de 2007, o Brasil não contava com um torneio nacional feminino de clubes. A estrutura existente se resumia a campeonatos estaduais e amistosos esporádicos. Foi nesse contexto que a FIFA, cobrando maior apoio das federações nacionais ao futebol feminino, exigiu que o Brasil criasse uma competição oficial que pudesse servir como classificatória para a recém-criada Copa Libertadores da América Feminina.
A resposta da CBF foi imediata: criou-se, então, a Copa do Brasil de Futebol Feminino. Com a promessa de ampliar o calendário e possibilitar uma maior competitividade entre clubes femininos, o torneio passou a ser a principal competição nacional da categoria por quase uma década.
Uma estrutura simples, mas funcional
Na sua concepção, a Copa do Brasil Feminina foi organizada em formato de mata-mata, com confrontos de ida e volta. A regionalização das fases iniciais ajudava a diminuir os custos com viagens, o que era fundamental para a realidade financeira da maioria dos clubes participantes.
Essa estrutura enxuta permitiu que clubes de todas as regiões do Brasil tivessem acesso à competição, mesmo com orçamentos modestos.
2. Clubes Tradicionais Ignoraram a Competição por Anos
A ausência de grandes camisas
Surpreendentemente, diversos clubes tradicionais do futebol masculino demoraram a investir no futebol feminino, o que os impediu de participar da Copa do Brasil de Futebol Feminino em seus primeiros anos. Equipes como Grêmio, Vasco, Botafogo e Cruzeiro ficaram fora da competição em suas edições iniciais.
Essa ausência era reflexo da falta de incentivo e visão por parte das diretorias, que não enxergavam o futebol feminino como parte estratégica do clube. O investimento era baixo ou inexistente, e em muitos casos, as poucas tentativas de criar departamentos femininos acabavam sendo descontinuadas rapidamente.
Quando as potências começaram a despertar
A mudança de mentalidade só começou a acontecer após 2010, com o aumento da visibilidade internacional de jogadoras brasileiras e a pressão da Conmebol, que passou a exigir a manutenção de equipes femininas para que os clubes masculinos pudessem disputar torneios como a Libertadores.
A partir daí, clubes como Corinthians, Santos e Ferroviária passaram a liderar o cenário e dominar também a Copa do Brasil de Futebol Feminino, aproveitando sua estrutura superior e visibilidade para atrair talentos e patrocínios.
3. Goleadas Históricas Que Chocaram o País
Quando o desequilíbrio técnico era gritante
Um dos aspectos mais marcantes da competição foram as goleadas extremamente elásticas. Em diversas partidas, equipes com alguma estrutura enfrentavam clubes amadores ou recém-formados, gerando resultados que ultrapassavam os dois dígitos.
Um dos jogos mais emblemáticos ocorreu em 2009, quando o Duque de Caxias/CEPE venceu o Mixto-MT por 18 a 0. Essa partida entrou para a história como uma das maiores goleadas do futebol feminino nacional.
Desigualdade financeira e técnica explicam os números
O abismo entre os clubes era evidente: enquanto alguns times conseguiam manter treinos regulares, alimentação adequada e equipe técnica qualificada, outros mal possuíam uniformes padronizados ou transporte garantido. Muitas jogadoras entravam em campo após jornadas de trabalho, sem tempo para descanso ou preparação.
Essas goleadas revelavam, na prática, as falhas estruturais do futebol feminino e a urgência por políticas públicas e privadas que garantissem maior equidade entre os participantes.
4. As Artilheiras que Brilharam e Foram Esquecidas
Ídolos sem reconhecimento
Durante os anos de disputa da Copa do Brasil de Futebol Feminino, diversas jogadoras se destacaram como artilheiras da competição. No entanto, muitas delas caíram no esquecimento, mesmo tendo campanhas extraordinárias.
A falta de cobertura midiática e de registros oficiais fez com que nomes importantes desaparecessem do radar da seleção e do público em geral. Algumas atletas que marcaram 10, 12 ou até 15 gols em uma única edição sequer receberam uma matéria de destaque na imprensa nacional.
A memória curta do futebol feminino
A ausência de estatísticas consolidadas também é um reflexo da negligência com o futebol feminino. A CBF não disponibiliza dados detalhados das edições da Copa, dificultando pesquisas históricas e homenagens. Muitas jogadoras, com trajetórias brilhantes na competição, não possuem sequer uma página com seus números.
5. O Protagonismo dos Clubes do Norte e Nordeste
Superação, talento e persistência
Enquanto muitos clubes tradicionais do Sul e Sudeste ainda ignoravam o futebol feminino, times do Norte e Nordeste ganharam protagonismo na Copa do Brasil de Futebol Feminino. Um dos grandes exemplos é o São Francisco-BA, que disputou cinco semifinais e foi vice-campeão em 2013.
Outra equipe que fez história foi o Tiradentes-PI, que chegou à semifinal em 2010 com um time quase 100% formado por jogadoras da casa, revelando talentos que depois seriam aproveitados em outras regiões do país.
Representatividade e inspiração regional
A presença dessas equipes no topo da competição era motivo de orgulho regional. Elas mostraram que era possível competir com clubes mais estruturados mesmo com orçamento limitado. Suas campanhas inspiraram novas gerações de meninas que passaram a sonhar com o futebol como carreira, e também incentivaram governos locais a investir minimamente na estrutura esportiva para mulheres.
6. Equipes Amadoras Que Ganharam o Brasil
A Copa como vitrine nacional

Diferentemente do Campeonato Brasileiro Feminino atual, a Copa do Brasil de Futebol Feminino permitia a participação de equipes amadoras, universitárias ou comunitárias, desde que filiadas às federações estaduais.
Isso abriu espaço para histórias curiosas e marcantes, como a do América-SP, que, com um elenco semiprofissional, chegou às quartas de final em 2011. Também houve o exemplo da ULBRA, de Canoas-RS, que foi semifinalista com uma base de jogadoras universitárias.
Impacto na vida das atletas
Para muitas dessas jogadoras, a Copa foi a única chance de aparecer no cenário nacional, conquistar uma bolsa universitária ou até mesmo ser convidada para atuar fora do país. A ausência de torneios similares hoje em dia deixa um vácuo para clubes com esse perfil, que raramente conseguem disputar o Campeonato Brasileiro em suas séries principais.
7. Um Formato de Competição Simples, Mas Acessível
Sistema de jogos eliminatórios
A Copa do Brasil de Futebol Feminino seguia o formato de mata-mata com partidas de ida e volta, o que criava um clima de decisão desde o primeiro jogo. Diferente do Brasileirão, que exige um elenco mais numeroso e estrutura de longo prazo, a Copa permitia que clubes se preparassem para duelos curtos e intensos.
Havia ainda a regra de que, se o time visitante vencesse o primeiro jogo por três gols ou mais, o segundo jogo seria cancelado. Essa medida visava reduzir os custos com deslocamentos longos, e era muito comum em confrontos entre times de capitais e equipes do interior ou de regiões distantes.
Praticidade e inclusão regional
Esse modelo favorecia a inclusão de clubes de estados com pouca estrutura, como Acre, Amapá, Roraima e Rondônia, que raramente têm times disputando a elite do Brasileirão. Durante os anos de existência da Copa, todos os estados brasileiros tiveram representantes em campo.
8. O Legado para o Campeonato Brasileiro Feminino
A Copa como laboratório para o Brasileirão
A experiência adquirida com a Copa do Brasil de Futebol Feminino foi essencial para a consolidação do Campeonato Brasileiro Feminino, que teve início em 2013 de forma tímida e cresceu com o passar dos anos. A Copa permitiu identificar falhas organizacionais, testar regulamentos e estruturar melhor os departamentos técnicos.
Muitas equipes que se destacaram na Copa migraram naturalmente para o Brasileirão, já com base sólida de atletas, experiência em confrontos nacionais e reconhecimento da torcida.

A profissionalização como consequência direta
Após o fim da Copa em 2016, a CBF passou a investir de forma mais decisiva no Brasileirão, com séries A1, A2 e A3, premiações, transmissões ao vivo e patrocínios. O caminho iniciado com a Copa foi, sem dúvidas, um dos alicerces dessa evolução.
9. O Fim da Copa Ainda Gera Questionamentos
Extinção sem debate ou substituição
O anúncio do fim da Copa do Brasil de Futebol Feminino pegou muitos de surpresa. A CBF optou por encerrar a competição de forma abrupta, sem consultar clubes, jogadoras ou federações estaduais. A justificativa oficial foi que o Campeonato Brasileiro já cumpria o papel de competição nacional.
Entretanto, diversos dirigentes e atletas argumentam que havia espaço para coexistência entre os dois torneios, como acontece no futebol masculino. A ausência de uma copa nacional eliminou o sonho de clubes pequenos enfrentarem os grandes em jogos únicos, com chances reais de surpreender.
Um modelo que ainda faz falta
A falta de um torneio em formato mata-mata dificulta a ascensão de clubes de menor investimento, que poderiam brilhar em confrontos diretos. O modelo atual, focado em pontos corridos ou grupos longos, exige estrutura e investimento que muitos ainda não possuem.
O retorno de uma competição similar à antiga Copa é constantemente pedido por clubes do interior e federações regionais, como forma de fortalecer a base e ampliar o alcance do futebol feminino no país.
O Sonho de Ana: Uma Jornada na Copa do Brasil de Futebol Feminino
Ana sempre teve o futebol no sangue. Desde pequena, jogava com os meninos na rua do seu bairro, no interior da Bahia, onde o calor era intenso e as peladas duravam horas. Ela não se importava com o sol escaldante, nem com as vezes que levava um tombo, o que importava era a bola, o gol, a emoção do jogo. Mas o sonho maior de Ana não era apenas jogar. Ela queria mostrar para o Brasil inteiro que as mulheres podiam dominar o futebol com talento, garra e paixão.
Por anos, esse sonho pareceu distante. Na sua cidade, as oportunidades para meninas jogarem futebol eram poucas, e os poucos times femininos que existiam tinham pouco apoio, quase nenhum investimento e nenhum calendário oficial. Até que, em 2008, Ana ouviu falar da Copa do Brasil de Futebol Feminino. Para ela, essa notícia era uma luz no fim do túnel, uma chance real de mostrar seu valor.
O Desafio de Entrar no Jogo
Ana entrou para um pequeno clube local, um time modesto que mal tinha material para treinar. As jogadoras muitas vezes traziam suas próprias chuteiras, e os treinos eram improvisados em campos de terra batida. Mas a Copa do Brasil de Futebol Feminino oferecia uma oportunidade: o vencedor poderia disputar a Libertadores, e isso era algo jamais sonhado na região.
O clube conseguiu uma vaga para a competição. Para Ana e suas companheiras, seria a primeira vez jogando em um torneio oficial de grande alcance. A ansiedade misturava-se com o nervosismo, elas sabiam que enfrentariam times de cidades grandes, com melhores condições. Mas nada disso intimidava Ana.
O Primeiro Jogo: Um Passo para o Desconhecido
Na primeira fase da Copa do Brasil de Futebol Feminino, Ana e o time viajaram para enfrentar uma equipe tradicional do Sul do país. Era o primeiro jogo oficial da história do clube naquela competição, e o nervosismo era visível.
No estádio pequeno, com poucos torcedores, as meninas entraram em campo. Ana jogava como meia ofensiva, e sua missão era criar jogadas e buscar o gol. O jogo começou difícil. O time adversário era mais organizado e experiente. Aos poucos, porém, Ana começou a mostrar seu talento: dribles rápidos, passes precisos e uma visão de jogo que impressionava até as jogadoras mais experientes do rival.
No segundo tempo, Ana marcou um gol de cabeça, um dos momentos mais emocionantes da sua vida. O placar fechou em 2 a 1 para o time da Bahia, que comemorou como se fosse a final da Copa do Mundo.
O Impacto da Copa do Brasil de Futebol Feminino na Vida de Ana
A vitória no primeiro jogo não foi apenas um passo para a próxima fase da competição, mas um divisor de águas na vida de Ana. A mídia local começou a dar mais atenção ao futebol feminino, e o clube recebeu uma pequena ajuda financeira para custear as viagens.
Além disso, Ana foi convocada para a seleção estadual, o que era um sonho antigo. Tudo graças à visibilidade que a Copa do Brasil de Futebol Feminino proporcionava para jogadoras de regiões pouco favorecidas.
Superação em Cada Partida
Ao longo das fases seguintes, Ana enfrentou times mais fortes, com elenco profissional e melhores estruturas. Em um jogo memorável contra uma equipe de São Paulo, o time da Bahia chegou a estar perdendo por 3 a 0 no primeiro tempo.
Naquele momento, Ana poderia ter desistido, mas a força da Copa do Brasil de Futebol Feminino a ensinou que nada está perdido até o apito final. Com garra, suas companheiras buscaram a virada, empatando a partida em 3 a 3 no segundo tempo. A classificação só não veio por detalhes, mas o espírito de luta ficou marcado para sempre.
A Importância da Copa do Brasil de Futebol Feminino para Jogadoras como Ana
Ana sabe que, sem a existência da Copa do Brasil de Futebol Feminino, jamais teria tido a chance de mostrar seu talento para o país. A competição foi uma vitrine que revelou não apenas seu futebol, mas também a força e a determinação das mulheres que lutam diariamente para quebrar barreiras.
Ela lembra de outras colegas que também brilharam na Copa, muitas delas hoje jogando profissionalmente ou investindo no futebol feminino em suas regiões. Ana mesma recebeu convites para clubes maiores e passou a ser referência para jovens jogadoras de sua cidade.
Um Legado que Vai Além dos Gols
Hoje, anos depois de sua participação, Ana continua envolvida com o futebol feminino. Ela é técnica de um time juvenil e trabalha para que mais meninas tenham as oportunidades que ela quase não teve. Em suas palestras, sempre destaca a importância da Copa do Brasil de Futebol Feminino, que para ela foi a porta que abriu o caminho para uma nova geração.
Ana acredita que o futuro do futebol feminino no Brasil depende de investimentos, visibilidade e, principalmente, de competições inclusivas que permitam a revelação de novos talentos. E é por isso que a história da Copa do Brasil de Futebol Feminino deve ser celebrada, lembrada e expandida.
A Copa do Brasil de Futebol Feminino: Mais do que um torneio, uma revolução
O que começou como uma competição tímida, sem grande apoio, tornou-se um símbolo de resistência, esperança e transformação. A Copa do Brasil de Futebol Feminino mostrou que o futebol para mulheres é paixão, talento e luta, uma luta que ainda continua, mas que já tem um capítulo escrito com muita garra.
Ana e tantas outras jogadoras são a prova viva de que, quando oportunidades surgem, o futebol feminino pode crescer e surpreender o Brasil inteiro.
Conclusão
A história da Copa do Brasil de Futebol Feminino é um verdadeiro retrato da luta e da perseverança das mulheres no esporte mais popular do país. Mesmo diante de inúmeros desafios, como a falta de investimento, pouco apoio da mídia e estruturas precárias, essa competição se tornou um símbolo de resistência e esperança para milhares de jogadoras que sonhavam em viver do futebol.
Os 9 fatos que exploramos neste artigo revelam como a Copa foi mais do que um simples torneio: foi uma escola, um laboratório de experiências, e principalmente, uma plataforma para que talentos emergissem de todas as regiões do Brasil. A diversidade de times participantes, a presença marcante dos clubes do Norte e Nordeste, as goleadas históricas, e até as histórias de clubes amadores que chegaram longe, tudo isso mostra o quanto essa competição foi vital para dar visibilidade e abrir portas para o futebol feminino no país.
Embora a Copa tenha sido extinta em 2016, seu legado permanece vivo. Ela pavimentou o caminho para o crescimento do Campeonato Brasileiro Feminino, influenciou a profissionalização da modalidade e, acima de tudo, mudou a percepção sobre a importância do futebol feminino para o esporte nacional.
No entanto, a falta de um torneio mata-mata como a Copa ainda é sentida. Muitos clubes menores e jogadoras que buscam espaço nas grandes competições continuam enfrentando barreiras, o que reforça a necessidade de debates e ações que voltem a valorizar competições que sejam acessíveis, competitivas e que promovam a inclusão em todas as regiões do país.
Portanto, conhecer e entender esses fatos da Copa do Brasil de Futebol Feminino não é apenas revisitar o passado, é reconhecer a trajetória, os desafios superados e o potencial futuro do futebol feminino brasileiro. Que essa história inspire novas políticas, investimentos e respeito para que o futebol feminino continue crescendo, ganhando espaço e conquistando o coração de milhões de torcedores por todo o Brasil.
O futuro do futebol feminino depende do que fizermos hoje. E a Copa do Brasil de Futebol Feminino foi, sem dúvidas, um capítulo fundamental dessa caminhada.